“Quando nos readaptamos, nós estamos ajudando o outro”, destaca a fonoaudióloga Karina

A APAE de Jundiaí em 2021 vai falar sobre resiliência. Com a campanha criada pela DMG&A “Ser Resiliente é a nossa cara”, a organização vai enaltecer ao longo do ano todos os profissionais e mostrar como esse novo valor da APAE impactou a vida de todos que trabalham na instituição. “Queremos mostrar para a cidade, nossos apoiadores e para as famílias dos nossos usuários o quão importante são as pessoas que fazem o dia a dia da APAE de Jundiaí”, destaca o presidente da APAE, Luiz Bernardo Begiato. “Vivemos um difícil, que foi novidade para todo o mundo, mas, acompanhamos, profissionais engajados, comprometidos e empenhados em atingir os objetivos propostos, apesar de todas as mudanças”, completa o presidente.

Nesta semana, a APAE conversou com a fonoaudióloga Karina Scoco Bertolini de 39 anos. Ela teve muitos ganhos com a pandemia, ao perceber, principalmente, que tudo que passou a fez evoluir, como pessoa e como profissional. “A pandemia nos fez descobrir uma força que nem sabíamos que tínhamos”, conta, emocionada. “Ao longo de 2020, nós tivemos que nos adaptar às mudanças, nos reinventar sempre com pensamento positivo: enxergar as coisas boas com mais força. Nós mudamos valores, crescemos em todos os aspectos, tanto pessoal, quanto profissional”, explica. “Temos que ter em mente que quando a gente se readapta, quando superamos nossas dificuldades, nós estamos fazendo isso para ajudar o outro e aí, tudo dá certo”, completa.

Karina começou a trabalhar na APAE de Jundiaí em julho de 2018 e, de lá para cá, ela viu a sua teimosia, seu jeito metódico de ser e a dificuldade de se adaptar às mudanças mudar, principalmente, nesse último ano. “Sempre fui muito teimosa, muito metódica, daquelas pessoas que gostam de tudo certinho e que fazem cara feia para as mudanças. A pandemia veio para me ensinar e me transformar”, destaca. “Acredito que consegui me superar: hoje sou uma pessoa mais flexível. A pandemia também conseguiu aproximar ainda mais todos os colegas de trabalho: estamos mais próximos, mais unidos. A nossa coordenação nos passa muita segurança e a certeza de que vai dar certo: isso nos empodera ainda mais”, explica, destacando que acabou a resistência e prevaleceu o vínculo com os colegas e com os assistidos. “Isso é ser resiliente”, frisa. “Eu preciso estar bem, eu preciso me superar, porque eles precisam de mim”.

Mas no início da pandemia não foi assim. A maior dificuldade foi passar para as famílias como elas teriam que fazer para aplicar as atividades para seus filhos. “Nós fomos pesquisar, buscar atividades para que todos conseguissem cuidar das crianças em casa, de forma que elas fossem estimuladas e não perdessem os progressos que já haviam conquistado”, explica. Karina contou também que a APAE de Jundiaí trabalha fortemente a sensibilização da família para que ela participe do processo de tratamento. “Todos tiveram que se adaptar – nós, em buscar recursos e ferramentas que pudessem ser usadas em casa; e os pais, com o teleatendimento e a estimulação das crianças”, explica.

Mas em meio às dificuldades, sobrava motivação. “As famílias se mostraram muito comprometidas e preocupadas em fazer e ajudar. Aquela apreensão inicial por conta de todas as mudanças foi compensada pela disposição das famílias em ajudar e em participar do tratamento”, lembra Karina que atende mais de 60 crianças de zero a seis anos. “Eu preciso estar aqui para ajudar. Eu preciso me superar, estar bem para poder ajudar as crianças e suas famílias”, completa.

“O bom de tudo isso é que acreditamos que este sentimento das famílias vai continuar, assim como a preocupação com a higienização, são as coisas boas deste novo normal que estamos vivendo”, avalia.