Estudo de Casos alinha metodologia de ensino com a Rede Municipal de Jundiaí

Com foco na melhor inclusão do aluno na rede escolar municipal, a APAE de Jundiaí promove, anualmente, a Semana de Estudo de Casos, que, no primeiro semestre aconteceu entre os dias 26 de fevereiro e 9 de março: são duas semanas de muito trabalho e troca de informações sobre os alunos. “Este ano estendemos para duas semanas para que as escolas e a APAE tivessem mais tempo para pontuar o atendimento, os avanços e as dificuldades de cada aluno assistido”, destaca Suely Angelotti, diretora executiva da APAE de Jundiaí.

 

Alinhar a metodologia de ensino está entre os objetivos da Semana de Estudo de Casos, uma atividade que sempre fez parte do planejamento da APAE. De acordo com Tatiana Cruz, coordenadora da Educação Municipal, em 2019, as duas instituições sentiram a necessidade de ter mais tempo para o estudo de cada aluno. “Este ano, os Estudo de Casos acontecerão em dois momentos, no primeiro e segundo semestres, ambos com 15 dias de duração, contemplando alunos do Núcleo de Estimulação Precoce Específico, Global e do Programa de Atendimento Complementar. Em média, 600 alunos que passam, pela APAE de Jundiaí e que estudam na rede pública municipal”, explica.

 

No Núcleo Estimulação Precoce (NEP) Específico são atendidos 327 crianças da Educação Infantil que não apresentam deficiência mas que se beneficiam de atendimento com fonoaudiólogo ou psicólogo. O NEP Global atende, atualmente, 75 alunos, também da Educação Infantil, mas é voltado para o público com atraso global no desenvolvimento ou já tem algum tipo de deficiência diagnosticada, eles podem ser acompanhados por psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional e os atendimentos são individualizados. Além destes, o Programa de Atendimento Complementar atende 200 alunos que frequentam a rede municipal do 1º ao 5º ano e que apresentam deficiência intelectual, transtorno do espectro autista ou dificuldade de aprendizagem (alunos com funcionamento intelectual Limítrofe). Neste caso, os alunos são atendidos por psicopedagoga, pedagoga ou fonoaudióloga.

 

Na Semana de Estudo de Casos, os profissionais da rede pública municipal vêm até a APAE de Jundiaí e se encontram com os terapeutas que atendem os alunos. A psicopedagoga Maria Aparecida Ferreira, se reuniu com as coordenadoras pedagógicas Vânia Santa Brito e Sonia Aparecida Fantatto Sigoli, da EMEB Prof. Antonio Adelino Marques da Silva Brandão, no dia 27 de fevereiro. Elas relataram avanços e mudanças no comportamento dos alunos, após a troca de informação com a instituição. “Este momento é muito importante. Conversamos sobre o desempenho dos alunos, sua conduta em sala de aula e, na APAE, sobre os atendimentos pelos quais passam, se fazem uso de alguma medicação, comportamento e assiduidade. Conseguimos, muitas vezes, orientar a família também com as informações colhidas a partir deste feedback”, explica Sônia.

 

A preocupação com o desempenho e a evolução dos alunos também foi levantada pela psicopedagoga. “Aproveitamos esta troca de informação para nortear a mudança no relacionamento com este aluno, orientando, inclusive, os profissionais que os atendem tanto na escola, quanto na APAE e, muitas vezes, adequamos atividades para que este aluno se sinta cada vez mais incluído”, completa Maria Aparecida.

 

O Departamento de Educação Inclusiva da Unidade de Gestão de Educação de Jundiaí também considera valiosos estes encontros. “São momentos em que as unidades escolares e as instituições conseguem dialogar sobre os atendimentos aos estudantes, seus avanços, dificuldades encontradas, orientações pontuais, dúvidas entre outros aspectos”, explica Karina Verardo Teodoro de Godoi, diretora do departamento de Educação Inclusiva. Ela comentou também que a Semana do Estudo de Casos promove a socialização do Plano Pedagógico Individualizado, documento elaborado pelas equipes das unidades escolares. “Neste documento, consideramos as potencialidades de cada estudante, possibilitando assim o planejamento das próximas ações maximizando o desenvolvimento de cada um”, completa.

 

A coordenadora da Educação Municipal da APAE de Jundiaí explicou ainda que no segundo semestre todos os casos serão estudados novamente. “No segundo semestre checamos os resultados de tudo que foi conversado e, a partir da evolução ou não, traçamos novas estratégias, sempre visando o desenvolvimento deste aluno e a inclusão escolar”, completa Tatiana, destacando que a parceria com a Prefeitura Municipal de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão da Educação, vem de longa data com foco no desenvolvimento do aluno.