Entrevista A D’oro

Entrevistada: Sra. Angélica Coelho – RH

1 – Quem é a empresa?
A A’Doro é responsável pelo processo de avicultura, desde o ovo até a matriz, passando pela venda da matriz, fabricação de ração e posteriormente o abatedouro.

2 – Principal produto?
Frango, em estado natura e mix.
Distribuímos para o Estado de São Paulo e exportamos para alguns países e seguimos protocolos sanitários específicos. Não são todos os países que atendemos, mas estamos em expansão.

3 – Tempo da empresa?
20 anos

4 – Número de funcionários?
Temos em torno de 2 mil funcionários nas três unidades. Várzea Paulista, que é o abatedouro, São Carlos, que é fábrica de ração e matrizes e Rio Claro, que é incubatório, que são os ovos.

5 – Como conheceram a APAE de Jundiaí?
A APAE de Jundiaí veio por referência. Estávamos buscando trazer parceiros porque acreditamos ser o movimento que todas as empresas deveriam estar fazendo, que é buscar parceria com as APAES que para nós, é o único instrumento e ferramenta capacitada para cuidar de pessoas com deficiência independentemente de qual nível, então, quem tem que garantir a inclusão é a empresa, e escolhemos a APAE de Jundiai.

6 – Vocês têm quantos assistidos da APAE aqui trabalhando e em que áreas de atuação?
Assistidos da APAE não têm um número certo, vou falar da quantidade de pessoas com deficiência. Temos aproximadamente 100 colaboradores em vários setores da empresa, desde o administrativo até a produção, passando por todos os setores, eles fazem atividades iguais ou similares, dada as suas devidas proporções, é lógico, a de um colaborador comum.

(atende 8 dentro do Empresa Amiga, e 3 que vão iniciar. Estamos indo para 11 e eu quero aumentar esse número .

7 – Então a resposta é positiva?
É muito positiva. É óbvio que condicionamos algumas situações e educar os nossos colaboradores que não são PCDs, esse movimento de aculturamento fizemos com a parceria de APAE de Jundiaí, porque percebemos a visão das pessoas com “Ah !, coitadinhos, eles são pcd’s, eles são coitadinhos, eles são pcds”

8 – Isso é um programa que tem dentro da empresa e que serve para acolher as pessoas com deficiência e que funciona há quanto tempo?
A parceria com a APAE foi firmada em agosto 2018.

9 – E o programa de inclusão da empresa, existe a quantos anos?
Já existe há 3 anos, desde que estou aqui, mas não na mesma vibração e intensidade que demos, porque trouxe a Samanta, Ana Paula e Roberta para liderar todo esse movimento de acolhimento.

Somos um grupo, nós somos as “meninas super-poderosas”, tentando buscar incluir. As maiores barreiras nessas inclusões é a família. Eu infelizmente já perdi PCD porque a família veio até a empresa e falou que não tinha mais interesse em continuar.

Eu costumo dizer que o meu maior limitador hoje não é a empresa. Meu maior limitador é a família. A família e as suas percepções sobre o potencial que é o filho ou filha dela, infelizmente é onde não deveria ter. nós não temos preconceito nenhum, muito pelo contrário, o movimento é o contrário, as pessoas aqui acolhem mais os PCDs, mas o movimento acontece em contrapartida. O psicossocial tem que acolher de uma forma melhor porque e eu os perco por causa da família do que deficientes físicos ou surdos e mudos, enfim, é mais o psicossocial a minha perda, é uma judiação porque eles têm uma condição plena de trabalho.

10 – Em qual momento surgiu o interesse na Empresa Amiga?
Desde que conhecemos o projeto. Tínhamos o anseio de trazer uma modelagem de projeto como esse, mas não sabia como, foi quando a Samanta, Ana e a Roberta buscaram e me trouxeram e conhecemos a profundidade e a seriedade, porque uma coisa é: você fazer um projeto, a outra é o tom da seriedade que você dá à esse projeto. Eu costumo dizer que eu não gosto de pegar nada pela metade, então, como o projeto é sólido trouxemos para a diretoria, discutimos e debatemos a efetividade para a Adoro porque somos uma empresa de avicultura e abatedouro, então tenho que zelar pela segurança deles do que qualquer coisa, então, pode parecer fácil, mas não é. Então a Empresa Amiga veio pra nos ajudar.

11 – Qual a diferença em ser uma Empresa Amiga? Como vocês são vistos lá fora? (fora das paredes da empresa)
Somos muito discretos. Temos uma premissa de discrição na nossa comunicação. A interação com a nossa comunidade ela se dá, muitas vezes, através de demandas, não somos uma empresa que reflete o anseio da comunidade na sua totalidade como muitas empresas fazem, nós fazemos muitas coisas pela comunidade, mas na nossa forma discreta de ser. Não publicamos tanto quando gostaríamos.

12 – O que espera a mais da APAE de Jundiaí?
O a mais eu acho que é ampliar esse projeto, mas eu acho que o a mais é tentar consolidar na cabeça da família, a utilidade e a capacidade dos seus filhos portadores e necessidades especiais, que seja de qualquer tipo ou natureza, porque eu sinto neles, vontade.

Eu acho que assim: a empresa pode fazer o papel dela, só que a empresa, por premissa, ela visa a lucratividade, visa o resultado, difícil uma empresa fazer o acolhimento assistencial. O a mais da Empresa amiga está aí, nesse apoio assistencial que nós não conseguimos promover. Fazemos uma acolhida na capacitação técnica, agora, a capacitação e o acompanhamento psiquiátrico, psicológico, têm limitações para isso, aliás, eu até recomendo, eu recomendo toda vez que tem uma situação a ligar para a APAE e vermos ver o que está acontecendo. Eu me preocupo e as meninas também, principalmente por serem psicólogas. Pensamos, “meu Deus, como é que ele está”, então recorremos na Empresa Amiga pra reportar a nossa preocupação, porque não somos onipresente nem onipotente, então pedimos sempre ajuda.

13 – Você indicaria o projeto Empresa Amiga para outra empresa?
AH, sempre, aliás, eu sempre estou indicando. De qualquer jeito. Em todos os lugares.

Eu acho que as coisas que estão dando certo, vamos indicar. Aquilo que é ruim, vamos guardar pra gente.

12 – Ao buscar uma empresa de negócios você se preocupa em saber se ela é engajada no 3º setor?
Essa preocupação vem em mão dupla, porque nossos clientes já são. Nós temos grandes clientes aqui que são engajados nos 3º setor, e esse engajamento estamos falando de Nestlé, Royal Panan, Pão de Açúcar entre outros e têm as mesmas que a nossa empresa.

13 – Você conhece as Empresas Amigas da APAE de Jundiaí?
Não todas e não é por falta de querer.

Acho que a APAE deveria reunir todas as empresas pra fazer um encontro, um coffee e nós patrocinamos esse encontro doando o coffee. Eu até falei isso para APAE, se tiver alguma coisa, a gente permite o uso do logo da A’Doro. Uma coisa a A’Doro não faz, está dentro do nosso código de ética e premissa, não doamos dinheiro, o que a gente faz é o patrocínio de um café e jantares, não compramos ingressos, revertemos em produto, nem sempre na tonelagem que pedem, mas sempre doamos