Com atividades funcionais, APAE promove autonomia e participação dos estudantes na vida cotidiana
Kimberlly gosta muito de participar das atividades funcionais

Arrumar a cama, dobrar e guardar roupas, lavar louças, varrer o chão  são algumas atividades cotidianas que fazem parte do dia a dia dos estudantes da Escola de Educação Especial da APAE de Jundiaí.

Conhecidas como atividades funcionais, elas são promovidas em ambientes preparados especialmente para este fim, como o quarto, a cozinha, e a lavanderia. O estudante tem a possibilidade de aprender pequenas tarefas do dia a dia e assim ajudar a família nos afazeres domésticos e ainda ter mais autonomia sobre seus próprios cuidados. “A finalidade deste serviço é promover o desenvolvendo e a máxima autonomia e independência, focando na melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência intelectual e múltipla/autismo, esclarece o diretor Edison Marin, lembrando que as atividades são realizadas durante as aulas de ciências, matemática e geografia.

Joyce Aparecida tem 18 anos

O atendimento na Escola de Educação Especial oferece ensino fundamental para estudantes de 6 a 29 anos e seis meses com deficiência intelectual, e/ou deficiência múltipla que necessitam de apoio permanente/pervasivo e transtorno do espectro autista (TEA) e que necessitam de apoio substancial ou muito substancial. “A escola se fundamenta na instrumentalização do currículo funcional, no sentido de oferecer a máxima potencialidade com relação à autonomia e independência dos estudantes, já que não puderam ser beneficiados pela inclusão em classes comuns do ensino regular”, explica o diretor.

José da Silva tem 18 anos

Kimberlly Rhaiany da Silva, de 21 anos, gosta muito das aulas e tudo que aprende na escola ela leva para sua casa. “Gosto muito de aprender. Em casa, ajudo minha mãe que fica sempre muito feliz em ver que eu consigo fazer as coisas”, conta, orgulhosa. Além de Kimberlly, os estudantes José da Silva e Joyce Aparecida Caetano Balduino de 18 anos, estão entre os estudantes que se destacam nas aulas. “Estas aulas são muito importantes para eles. Com elas, eles são capazes de agir de maneira colaborativa no âmbito social. Não é somente lavar uma louça, é ouvir a orientação, interpretá-la e cumprir o que foi proposto”, explica a professora Sibele Fernanda Loreto Silva.

As atividades funcionais são desenvolvidas e vivenciadas em situações reais para que favoreçam a aprendizagem da forma mais natural e funcional possível, favorecendo o aprendizado para outros ambientes, como a casa e a vida em comunidade. “A partir da observação, experimentação, orientação, aconselhamento e práticas, buscamos instruir e estimular o raciocínio, priorizando a descoberta de valores, atitudes, conhecimentos e habilidades para a vida social”, reforça o diretor.

E os resultados vêm sendo percebidos em diversos âmbitos. “Os pais passaram a enxergar seus filhos de forma mais positiva e apresentam mais segurança na busca por atividades de convivência na comunidade; os estudantes se apresentam mais confiantes e estimulados a buscar novas experiências e perspectivas de vida.  Eles demonstram, também, melhoria em aspectos como: relacionamento com os colegas, atitudes de autonomia e independência, criatividade e autodeterminação”, enumera Edison Marin.