“A superação já fazia parte do nosso dia a dia, mas ficou ainda mais evidente”, ressalta a professora Cintia

O dia a dia da APAE é feito de pessoas que atendem pessoas. E nesta pandemia esses profissionais conseguiram se superar todos os dias em busca das melhores soluções e, ao adaptar as atividades remotas, comemoram o envolvimento ainda maior entre pais e filhos. E, o resultado de todo esse esforço? Crianças, jovens e adultos mais empoderados e preparados para novas descobertas.

E é isso que a professora de Educação Especial, Cintia Moraes da Silva Piva, de 44 anos, vem vivenciando com seus alunos de 6 a 14 anos. “Desenvolvemos atividades para que todos pudessem fazer juntos em casa. Nestes dois anos de APAE, o distanciamento tem sido a maior dificuldade enfrentada para exercer a minha profissão: os profissionais tiveram que se adaptar, os alunos e suas famílias também: foi uma mudança profunda que atingiu a todos, mas, juntos estamos conseguindo nos adaptar, enfrentar e vencer”, comenta.

E meio a tudo isso, a família foi a grande aliada da APAE. “Já vínhamos trabalhando a participação da família nas atividades e nas tarefas, no dia a dia das crianças de uma maneira geral. Mas esse novo momento que estamos vivendo provocou sim, uma aproximação e um envolvimento maior da família com os atendimentos, a ponto de muitas se surpreenderem com os progressos e as capacidades de seus filhos”, conta.

Com o isolamento, as aulas passaram a ser remotas e quinzenalmente, as mães iam até a APAE e saíam com até três atividades diferentes para estudar com os filhos. “Além destas atividades, os alunos ainda participavam de aulas de educação física, artes e informática acompanhando as videoaulas, via WhatsApp. Todos tiveram que se adaptar. Enquanto isso, em home office, nós, professores, estudávamos e planejávamos atividades para as crianças”, explica.

Como também dá aula de música, Cintia não teve tanta dificuldade em gravar as aulas em vídeo, mas se superou nas edições. “Tive que pesquisar, estudar e aprender a lidar com os aplicativos de edição de vídeo. A preocupação em colocar uma música divertida, fazer os cortes, editar de uma forma que a videoaula não ficasse maçante foi a minha superação. Agora, sou quase uma profissional”, brinca.

Cintia acredita que mais aprendeu do que perdeu com este novo tempo. “Todos nos superamos, conseguimos dar a volta por cima e aprender muito. A APAE vem conseguindo, todos os dias, transformar a experiência negativa em aprendizado, em lições valiosas que vamos levar para o resto da vida”, explica, reforçando que tudo que faz, seus alunos vêm em primeiro lugar. “Em nenhum momento pensei negativamente, porque tenho meus alunos em mente. É por eles e para eles que busco fazer o meu melhor todos os dias. Eles dependem de mim, assim como os pais: todos precisam do nosso apoio e da nossa orientação. E a alegria deles é o nosso prêmio”, completa.

A vida é um aprendizado constante, mas é no momento de dificuldade que o ser humano aprende mais e se torna uma pessoa melhor. Cintia acredita que a superação e a resiliência fazem parte do dia a dia da APAE. “Sempre fez, mas agora esses sentimentos ficaram ainda mais evidentes. Aprendemos todos os dias e acredito que temos muito que aprender ainda, mas estamos melhores que no ano passado quando não sabíamos nada sobre com o que estávamos lidando. Se pararmos para avaliar, de 2020 para cá, o saldo é positivo, com certeza”, destaca. “Reagimos positivamente em meio às dificuldades e essa foi uma grande vitória: o mundo todo vem sendo resiliente e a APAE faz parte disso tudo”, completa.