“A convivência diária cria um vínculo de companheirismo muito forte”, conta Silvana

Desde o início do ano, a APAE de Jundiaí está apresentando seus profissionais, enaltecendo a força, a determinação e a capacidade de superação de cada um. E está fazendo isso com a campanha de marketing “Ser Resiliente é a Nossa Cara”, desenvolvida pela agência DMG&A.

E uma das profissionais que se descobriu resiliente nesta pandemia foi a Silvana Cristina Machado, auxiliar administrativo no departamento de Educação Municipal da APAE Jundiaí há 14 anos. “Aprendi a ser mais autoconfiante, a lidar com as mudanças, não somente as que impactam a minha vida, mas a vida de outras pessoas também”, conta.

A superação, segundo Silvana, tem que ser a cada dia. “O início foi difícil, medo e incerteza rondavam a todos. Hoje estamos mais confiantes. E tinha que ser assim para que pudéssemos oferecer todo o suporte para as famílias dos nossos usuários. Os pais precisavam se sentir confiantes para trazer os filhos de volta para a APAE”, explica.

Há 14 anos trabalhando na APAE, a auxiliar administrativa garante: “gosto muito daqui”. Ela conta que em 2007 já estava desempregada há um ano e meio. “Em janeiro de 2007, fui presenteada pela minha tia, que é evangélica com um livro chamado ‘O poder da oração’. Era um livro com espaços para serem preenchidos com nossos sentimentos, aflições, dúvidas e alegrias também. E minha tia disse: quando você terminar de ler este livro, vai conseguir o emprego. Terminei o livro no dia 3 de abril e a APAE entrou em contato comigo no dia seguinte. Fiz entrevista, todos os testes e comecei a trabalhar na APAE em 19 de abril de 2007”, conta, reforçando que o ambiente de trabalho é muito bom. “Nós nos ajudamos, nos apoiamos e sentimos falta uma da outra. A convivência diária cria um vínculo de companheirismo muito forte”.

Silvana garante que é muito bom trabalhar na APAE pelo reconhecimento não só dos superiores que oferecem toda a estrutura para o trabalho, mas também dos pais e familiares. “Nós nos sentimos reconhecidas pelo nosso esforço e saber que as orientações que passo, sejam presenciais ou pelo whatsapp, estão impactando a vida de outras pessoas, é muito gratificante”, confessa Silvana. “Foi triste ver os corredores e salas vazias, mas todos, sem exceção, aprendemos a conviver com o medo e a incerteza. Aprendemos a lidar com esses sentimentos negativos e transformá-los em força: todos sentiram pelo distanciamento, as crianças, principalmente”, comenta.

O teleatendimento, com o uso do whatsapp, foi o grande recurso, o grande aliado. Mas agora as crianças e jovens já estão retornando às aulas presenciais e Silvana está muito feliz de poder acompanhar tudo isso. “Nossos usuários estavam com saudades da escola, dos professores e terapeutas e nós, da alegria de todos eles”.

No início da pandemia, Silvana confessou que ficou com medo. “Não tenho vergonha de confessar que tive medo, era tudo muito novo, não sabíamos ao certo o que estávamos vivendo e senti medo, por mim e pela minha família. Moro com meus pais e tive medo por eles, a segurança deles era minha prioridade. Mas desde que voltamos, não venho mais de ônibus trabalhar, meu pai me traz todos os dias: esse lado foi bom, mas sei que é uma preocupação deles comigo também. Estamos todos nos prevenindo, nos protegendo”, explica.