Escola de Educação Especial da APAE de Jundiaí reforça a importância da família no desenvolvimento dos estudantes
Cooperação para cuidar da bexiga um do outro e não deixá-la cair

A Escola de Educação Especial da APAE de Jundiaí promoveu a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Os educadores promoveram diversas atividades com os jovens que foram apresentadas nesta quarta-feira (23/8) para as famílias. Edison Marin, diretor escolar, e a coordenadora pedagógica, Valdirene Adami, organizaram o encontro com os pais e responsáveis, que participaram de uma dinâmica com a psicóloga Juscilei dos Santos Pimentel, nos períodos da manhã e tarde.

Juscilei trabalha no atendimento dos estudantes e também das famílias. “A dinâmica tem o objetivo de despertar nas famílias a importância do trabalho em equipe: vamos mostrar que quando estão sozinhos, o dia a dia fica difícil e estressante, mas quando recebem apoio, seja de alguém da família, seja da APAE e da Escola, a rotina fica mais leve de carregar”, comentou. “Nós sempre reforçamos a importância da família no desenvolvimento das crianças e adolescentes. O trabalho em equipe – escola, pais e estudantes – traz autonomia para as atividades da vida diária: nosso objetivo é trabalhar em conjunto. A família está bem mais presente em todo o processo de desenvolvimento e facilita a vida de todo mundo: de um lado a família pode tanto demandar nossa ajuda e pedir orientação e informação e vice-versa, muitas vezes, nós demandamos a família solicitando informações sobre o estudante, para entender melhor suas atitudes e saber como trabalhar com ele”, explicou a psicóloga.

O diretor escolar reforçou a fala da psicóloga Juscilei. “Em todos os eventos promovidos e reuniões com os pais e responsáveis, nós reforçamos que o trabalho em equipe faz a diferença na vida dos filhos. É uma parceria entre a escola, família e o estudante”, explicou, reforçando que as famílias que sentirem alguma dificuldade no dia a dia podem agendar um horário com a psicóloga. “Ela vai atender com o maior amor do mundo, independente do assunto: nós estamos aqui para ajudar e queremos dividir com vocês tudo que estão vivendo. E se for um tema que não podemos ajudar, encaminhamos para o Serviço Social”, destacou Edison.

A coordenadora pedagógica, Valdirene Adami, destacou ainda que a autonomia dos filhos só é alcançada com persistência. “É importante lembrar que é um processo longo: nós temos que persistir e não podemos desistir”, defende. “Outra orientação que podemos dar aos pais é que eles não devem comparar os filhos com outras crianças e, sim, com eles mesmos e a sua própria evolução”, ressaltou.

As mães Suzanne e Caroline aprovaram a iniciativa

Suzanne Michelle Calheirani, mãe do Augusto de 11 anos e que está na APAE há 3, disse que só tem a agradecer todos os profissionais da APAE. “Todos os profissionais são ótimos e o suporte que meu filho recebe aqui é fantástico. Ele ama vir para a APAE e todos os dias aprendo uma coisa nova com ele e com o seu comportamento. Nestes três anos, ele aprendeu muito aqui e também graças às rotinas que estabelecemos em casa. Lá, sou uma sarjentona e percebi que é assim que funciona com ele. Em casa, temos regras e ele sabe que precisam ser seguidas. Ele precisa desta rotina”, agradeceu, se disponibilizando para ajudar a APAE em eventos e outras atividades para as crianças.

A dinâmica organizada por Juscilei envolveu bexigas coloridas. Cada participante ficou com uma bexiga e cada vez que um saía da brincadeira, a sua bexiga ficava e os que iam sobrando, tinham que ser responsáveis pela sua própria bexiga e pela do outro, sem deixar que caíssem no chão. “Foi um misto de emoções: alegria, desespero, medo, insegurança e ao final, para os que sobraram, cansaço”, avaliou a mãe do Guilherme, Caroline Garcia. “O nosso dia a dia é assim também, quando tentamos fazer tudo sozinhos, nos vemos numa mistura de emoções e sensações. Mas quando temos apoio, a rotina fica mais fácil e mais leve de ser vivida”, destacou, entendendo o objetivo da dinâmica.