No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, APAE reforça a importância do diagnóstico precoce
O método TEACCH é desenvolvido em grupo

2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma data que vem reforçar o respeito ao adulto ou criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). “Nós, da APAE de Jundiaí trabalhamos, incansavelmente, neste sentido: levar informação para conscientizar as pessoas e acabar com o preconceito sobre a pessoa com autismo, além de reforçar a importância do diagnóstico precoce”, explica Suely Angelotti, diretora executiva da APAE.O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um distúrbio neurológico que pode afetar três áreas do desenvolvimento humano: a comunicação, a socialização e o padrão comportamental, seja ela restritivo e repetitivo. “O primeiro passo a ser dado quando chega o diagnóstico é estimular a criança nas áreas necessárias, seja por fonoaudiólogo para trabalhar a questão da expressão e comunicação; terapeuta ocupacional para habilidades sensoriais além do psicopedagogo e psicólogo para as questões cognitivas”, explica a coordenadora de Saúde, Camila Mendes.

A inclusão ainda é um grande desafio para esse público. O processo terapêutico demanda uma parceria efetiva entre a família e os profissionais envolvidos. “Esta parceria traz uma série de vantagens para ambas as partes e, principalmente, para a reabilitação em si. Com isso, ampliam-se as intervenções sobre o comportamento do usuário para o ambiente externo orientando a família sobre como agir e estimular a criança em diferentes ambientes que frequentam”, explica.  “Eles fazem parte da sociedade e merecem o nosso respeito”, defende.

A importância do diagnóstico precoce – O diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho para garantir qualidade de vida para o paciente, qualquer que seja o distúrbio ou doença por ele enfrentado. No caso do TEA, quanto mais cedo iniciado o tratamento adequado, melhor é a qualidade de vida da criança autista. “Observamos que de nos últimos anos, houve um aumento no encaminhamento de crianças a partir de 2 anos com TEA para avaliação diagnóstica”, anuncia Camila.

A área de Saúde, a APAE promove atendimento somente para pessoas com TEA associado à Deficiência Intelectual. De acordo com Camila, são 24 usuários, de 2 a 5 anos e 11 meses, que passam com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.  “Temos também o programa de Atendimento Especializado: são 18 usuários na faixa etária de 7 a 18 anos e 11 meses que realizam atendimento em terapia ocupacional, psicopedagogia e/ou fonoaudiologia. São atividades realizadas com objetivo de promover o desenvolvimento neuropsicomotor potencializando o processo de aquisição de suas funções cognitivas e habilidades socioafetivas”, explica, lembrando que estes atendimentos levam autonomia para as atividades de vida diária, autocuidado, socialização, aquisição de habilidades sociais e escolaridade para facilitar a sua inclusão social.

No Centro de Convivência, a APAE atende 10 usuários na faixa etária de 18 a 37 anos. “Os atendimentos são focados na manutenção de um estilo de vida saudável, no desenvolvimento da autonomia para as atividades de vida diária, atividades instrumentais de vida diária, da independência, autocuidado, socialização e inclusão social”, enumera. Os usuários passam por atendimentos em grupo, com atividades na área de musicoterapia, arteterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, educação física, psicologia e monitor cozinha.

Novidades na área de Educação – Na Escola de Educação Especial, o método TEACCH norteia todas as atividades com os estudantes com autismo.  “Trabalhar com o método TEACCH garante além do bem-estar, a possibilidade de realizar estímulos visuais para ajudá-los a identificar a rotina diariamente e individual de cada um”, explica o diretor escolar, Edison Marin.

O modelo TEACCH é um programa educacional criado a partir de um projeto de pesquisa que observou atentamente os comportamentos de crianças autistas em diferentes situações. “Ele possui o objetivo de apoiar o autista a chegar à idade adulta com o máximo de autonomia possível. Traduzido do inglês, o método significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação”, destaca Edison, lembrando que, atualmente, a Escola de Educação Especial da APAE tem 42 estudantes com TEA.

Ainda na área de Educação, Tatiana Massaroni, coordenadora da área explicou que atualmente, o Núcleo de Estimulação Precoce – NEP Global tem 27 usuários, com idade entre  4 a 5 anos e 11 meses que realizam atendimento em psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional ou fisioterapia. Já no Atendimento Complementar, são 29 usuários, na faixa etária de 6 a 11 anos que realizam atendimento em pedagogia ou psicopedagogia e fonoaudiologia. “Neste programa os atendimentos são realizados com o objetivo de desenvolver habilidades pedagógicas, sociais e emocionais, visando facilitar a aprendizagem e o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência intelectual, transtornos do espectro do autismo e limítrofes que frequentam a rede municipal de ensino, encaminhados pela Departamento de Educação Inclusiva – DEIN”, explica.

Para 2022, a APAE está implementando as habilidades básicas, uma técnica de intervenção para auxiliar terapeutas e familiares a estruturar o ensino de crianças com autismo. “Esta nova metodologia será aplicada por etapas. Assim, conseguiremos monitorar a evolução das crianças, identificar onde está a defasagem e fazer uma intervenção mais efetiva para sanar as dificuldades”, complementa.

A APAE de Jundiaí segue fazendo a sua parte, com excelência. “Nossos profissionais seguem oferecendo o melhor para nossos usuários, seja na área de Saúde ou Educação. A APAE se importa com as pessoas, com nossos usuários e suas famílias. Nosso trabalho tem como foco o bem-estar de todos e, neste sentido, os empresários de Jundiaí podem participar do nosso dia a dia, investindo na APAE e, assim, nos ajudando a conscientizar um número maior de pessoas em favor desta causa. Afinal, quanto mais pessoas deixarem o preconceito de lado, com informação e conhecimento, melhor será para todo o mundo”, defende Suely Angelotti, diretora Executiva da APAE de Jundiaí.