“Eu faço parte de uma equipe e quero estar junto apoiando e participando”, conta a professora Carmem

Há 36 anos trabalhando na APAE de Jundiaí, Carmem Lúcia se sente honrada. Ela viveu muitas fases, muitas mudanças, crescimento, acompanhou a história de muitos usuários e suas famílias e trabalhou sobre a liderança de vários presidentes. “Me sinto honrada por fazer parte da história da APAE”, conta, ao lembrar de ter conhecido dona Ignêz Aparecida Oliveira Silva Enfeldt, a professora primária que fundou a APAE de Jundiaí em 1957. “Era uma pessoa do bem, simpática, atenciosa, acolhedora e idealista”, lembra.

Ao longo destes 36 anos, Carmem fez muita coisa na APAE. Atualmente é professora de informática, mas já trabalhou na área de serviços gerais, na sala de materiais pedagógicos, já auxiliou na secretaria e já foi inspetora do portão. “Conclui a pedagogia há 23 anos e fui pra sala de aula e vivenciei o meu crescimento pessoal e profissional aqui na APAE”, conta, orgulhosa.

Para ela, saber que existem pessoas que dependem de você e que aprendem de uma maneira toda especial é muita responsabilidade. “É desafiador e, ao mesmo tempo, é gratificante. Com a pandemia, vieram as dúvidas e a preocupação de ‘o que eu vou fazer’ ou ‘como eu vou fazer’. Mas aqui encontramos o respaldo e o apoio de toda a equipe: uns ajudando aos outros para que todos os atendimentos fossem realizados”, lembra.

Apesar de já ter passado por muita coisa na APAE, vivido muitas fases diferentes, a pandemia foi, sem sombra de dúvidas, o momento mais desafiador. O ano de 2020 e o primeiro semestre de 2021, para ela, foram momentos de superação. “Foi muito desafiador: passamos por momentos tensos, na incerteza de como atender aqueles alunos. Em sala de aula é mais fácil nos adaptarmos às dificuldades e particularidades de cada um, mas com a pandemia, nos reinventamos, nos unimos e encontramos no teleatendimento uma opção de orientar e encaminhar atividades para os alunos e seus familiares”, explica.

A comunicação estabeleceu-se via Whatsapp. “Nós encaminhávamos vídeos educativos e recebíamos dos pais o feedback, também em vídeo ou em fotos de seus filhos realizando as atividades e buscando a superação”, conta. “Fizemos uma atividade sobre as estações do ano e todos se empolgaram com o verão, muitos mandaram fotos dos filhos caracterizados com baldinhos de areia, óculos escuros, foi muito divertido”, lembra.

Agora, os atendimentos presenciais estão de volta e, segundo Carmem, é muito bom ver a movimentação pelos corredores e salas de aula novamente. “Esse retorno nos fez perceber o quanto todos estávamos com saudades uns dos outros: uma escola vazia é uma escola sem vida”, avalia. “No auge da pandemia, não era fácil vir para cá e não encontrar os alunos: a troca de experiência é uma vivência muito rica e, é a partir desta troca, que buscamos por resultados, pelo desenvolvimento deles, diariamente”, explica.

Os últimos quase dois anos deste tempo de pandemia, Carmem se equilibrou entre o medo da pandemia e a sua responsabilidade com os alunos. “Sempre privilegiei os alunos, eles foram colocados em primeiro lugar: é assim que tem que ser! E foi assim que encontramos força e coragem para estar aqui, preparando os materiais, atividades e orientações que seriam enviados para as famílias”, explica.

Para Carmem, o sentimento de trabalhar na APAE é o de pertencimento. “Eu faço parte de uma equipe. Se esta equipe está trabalhando, se empenhando e dando o seu melhor, eu também quero estar lá, participando e apoiando”, completa.