“A APAE é um grande mosaico de alunos”, acredita a professora de Artes Giovana

A professora de Artes, Giovana Cristina Baptistella, começou a trabalhar na APAE de Jundiaí em 20 de fevereiro de 2020, em 20 de março entrou a pandemia. “Tive um tempo para me adaptar, conhecer todo mundo e entrou a pandemia”, lembra. “A ideia de trabalhar na APAE foi pra diversificar a minha experiência como profissional”, conta.

Aos 23 anos, Giovana integra a equipe da Escola de Educação Especial da APAE de Jundiaí e está participando da campanha “Ser resiliente é a nossa cara”, criada pela DMG&A para reconhecer o valor dos profissionais que participam do dia a dia da APAE de Jundiaí. “Todos aprendemos muito com a pandemia, a nos reinventar e, principalmente, a superar o medo, as incertezas e continuar firmes em nosso propósito de atender as pessoas com deficiência”, garante Suely Angelotti, diretora executiva da APAE.

Apesar da pouca idade, Giovana já trabalhou com todas as faixas etárias. “Trabalhar na APAE é muito diferente. Lidamos com desafios novos e tem sido muito recompensador, orientar sobre como segurar um lápis, reconhecer as cores: a vivência aqui é completamente diferente”, explica. “Com a pandemia, vieram outras novidades e a dificuldade em montar as atividades para os alunos. Resolvemos fazer vídeos de 1 minuto e 30 segundos explicando a proposta da atividade e a improvisarem com os materiais: a pandemia nos tirou totalmente da zona de conforto”, explica.

O maior desafio, segundo Giovana, foi inserir atividades que fossem prazerosas também para a família. “Nós queríamos que todos pudessem fazer juntos e aproveitar o momento e quando percebemos que estava dando certo, o sentimento foi de superação. A superação traz esperança: as coisas estão caminhando e vai dar tudo certo”, avalia.

Para Giovana, nem o profissional, nem os pais devem se cobrar tanto. “O momento é de união. Não podemos nos cobrar, nos culpar, estamos fazendo o nosso melhor e se estamos fazendo o nosso melhor, está tudo certo”, aconselha. “A cultura e as artes estão sendo muito importantes na pandemia para distrair as pessoas e tirar um pouco o foco da doença. As aulas de artes também tiveram essa proposta. Aproveitamos a tecnologia para fazer junto com os alunos e seus familiares. Professor de Artes tem que botar a mão na massa, tem que ser artista também”, analisa.

E com tanto empenho, o resultado não poderia ser outro senão positivo e a tecnologia conseguiu manter todos próximos, apesar do distanciamento. “Estamos acompanhando a rotina das famílias e é muito legal ver irmãos interagindo e ajudando, pais orgulhosos e todos se ajudando. O teleatendimento aproximou a família que nos manda vídeos dos filhos, fotos. Às vezes, estou em casa sozinha e recebo um desses vídeos que dão um quentinho no coração”, comemora.

E como todos os profissionais, Giovana acredita que todos são, sim, resilientes. “Gosto de pensar que depois da tempestade vem o arco-íris. Estamos quase chegando na fase do arco-íris. A resiliência se mostrou necessária quando precisávamos ser firmes e fazer o que era preciso e agora estamos colhendo os frutos e vendo que tudo deu certo. Na hora que foi preciso, demos o nosso máximo para entregar o que era preciso, agora é continuar e sou muito feliz aqui na APAE”, completa a professora de Artes.

E trazendo uma referência ao mundo das artes, Giovana acredita que a APAE é um grande mosaico. “A APAE é um grande mosaico de alunos que juntos forma uma figura com cor e conteúdo”, compara.