“Ver os corredores vazios dá um aperto no coração, mas estamos aqui por eles”, garante Paola

“Ser Resiliente é a nossa cara”, tema campanha da APAE de Jundiaí para este ano, está explorando o dia a dia das pessoas que fazem o dia a dia da organização. “Toda a nossa comunidade vai perceber com os depoimentos o quanto nossos profissionais são pessoas fortes e resilientes, por trás de cada atendimento, dos progressos de cada usuário e do sorriso estampado no rosto dos pais e responsáveis orgulhosos”, destaca a diretora executiva da APAE de Jundiaí, Suely Angelotti.

Esta semana, a APAE de Jundiaí conversou com a fisioterapeuta Paola de Moura Silva, ela tem 30 anos, é casada, tem um filho de 11 meses e voltou, após a licença maternidade em setembro de 2020, durante a pandemia. “Encontrei uma realidade totalmente diferente: com atendimentos mais espaçados, com o uso dos equipamentos de proteção individual e mães receosas com o nosso contato físico”, lembra com tristeza, pois o trabalho da fisioterapeuta depende do contato físico.

Ela atende crianças de zero a 6 anos e de 6 a 29 anos e nem mesmo a dificuldade em cumprir as suas atribuições a fez desistir. “Quando voltei os profissionais já estavam adaptados às mudanças provocadas por este novo normal. E, apesar de toda a dificuldade não pensei em desistir. Envolvemos ainda mais as mães nos atendimentos, orientando como fazer e elas fazem por nós”, explica, lembrando que em nenhum momento duvidou do que estava sendo feito e dos resultados. “Trabalhar me torna útil para as pessoas que precisam de mim e, por conta de todos os protocolos sanitários que estamos seguindo, me sinto segura em trabalhar o dia todo e voltar para casa e para o meu bebê”, reforça.

Mas, apesar de todas as adaptações, mudanças e novidades Paola acredita que a pandemia deixou as pessoas mais empáticas. “Tudo isso serviu para nos deixar mais empáticos, mais preocupados em cuidarmos uns dos outros, dos assistidos e suas famílias. Já nos preocupávamos com eles, mas a pandemia aguçou isso ainda mais, principalmente, no respeito às fragilidades e limitações de cada um. Vejo os profissionais se cuidando para poder cuidar deles”, defende.

Os teleatendimentos foram a mudança mais significativa que ela vem experimentando. “Até pelo teleatendimento as pessoas estão se sentindo acolhidas, importantes. E eles percebem tudo isso porque trabalhamos com o coração. Ver esses corredores vazios dá um aperto no coração, mas estamos aqui por eles e nossos usuários e suas famílias sabem disso”, garante.

Em meio às dificuldades, Paola encontra motivação no seu próprio dia a dia. “A pandemia fortaleceu o vínculo pai, mãe e filho e isso, para nós, é muito importante. O que me motiva? Perceber que as famílias e as crianças e jovens esperam por mim, pelas minhas orientações, pelos meu atendimento. Eles precisam de mim e não posso fraquejar”.

Paola é como o personagem Pollyana, personagem que dá nome ao livro de Eleanor H. Porter, publicado em 1913. No livro, a personagem inventa o ‘jogo do contente’ e tenta enxergar o lado bom de tudo que acontece. “O ser humano tem o costume de reclamar da vida, mas eu sempre tento tirar uma coisa boa, mesmo em momentos difíceis. E isso me ajudou muito a encarar esses desafios todos. E acredito que por isso estou mais forte, por mim, pela maternidade, pela pandemia, pela APAE, pelos meus pacientes”, reforça. “As coisas boas, mesmo que pequenas, precisam ter mais valor, pra gente não pirar”, brinca.

Para a fisioterapeuta, o tema da campanha da APAE de Jundiaí é perfeito. “Somos resilientes mesmo: enxergamos oportunidades em meio às dificuldades e superamos. Hoje, descobrimos que somos mais fortes e, por isso, continuamos acreditando que é só uma fase e vai passar”, reforça.